Elaborando...

...Elaborando:

Meus escritos são como imagens de um caleidoscópio: pequenos fragmentos repetidos, ampliados e combinados para formar uma imagem, fechar uma gestalt.
Todos viram personagens, posso usar qualquer vivência, minha ou de outras pessoas, tudo o que me toca e pede algum sentido. Onde havia canutilhos e miçangas podemos ver flores, mandalas, imagens de abstrações variáveis.
Você pode estar refletido em algum, ou vários, momentos. Mas não se ache tanto nem tão pouco: não há lugares fixos, e você pode ser apenas dois canutilhos e uma miçanga, não a figura completa.
E por quê? Porque fechar gestalts é uma função básica do cérebro, porque escrever é um meio de elaborar vivências e transformá-las em algo que se pode ver sob várias perspectivas. Porque é meu modo de crescer, porque preciso ver algum sentido na vida. Ou simplesmente porque é possível passar horas apenas rodando um velho caleidoscópio.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Montanha russa

Viajo sozinha com mala pequena
Cuido muito bem do meu carro
Falo em público com muita tranqüilidade
Entendo e me expresso bem em vários idiomas
Sou auto-suficiente!



De repente você aparece
E eu fico ansiosa
Não sei se entendo o que significam as entrelinhas entre nós
Não sei se consigo que você me entenda
E faço uma pequena enquete para decidir se ligo ou não ligo
Imagens distorcidas: parece que estou na casa dos espelhos,
...torcendo para você me convidar para a roda gigante



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sightseeing






Um olhar
Uma verdade
Uma vida
Espera que finda
Que finca conquista 
como uma estaca em minha razão





Um olhar
Palavras que somem
Gravidade zero
Alma que se desprende
e descreve uma nova dimensão






Um olhar
Muitas palavras
De cinema mudo
Olhar sem voz
Voz sem som
Empatia muda, mútua





Um olhar

Grito da alma
Inconseqüente,
Incandescente,
Período silente
Quase um sussurro: 
Os olhos da alma
e a alma nos olhos

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Infértil

O peso da sua ausência sobre meu ventre
Sufoca,
Mais que o seu peso nas noites e manhãs de dúvidas


Meu ventre vazio acata seus medos
Se curva à sua partida
Expulsa os sonhos e o futuro

Meu ventre liso se acostuma
Ao frio e ausência
À busca por seu corpo
Em minhas memórias

Meu ventre exasperado desiste
Infértil de vida e de amor
Sedento de paz e ternura
Não porta semente
Não gera futuro
Apenas consome
O calor que você deixou


Meu ventre, frio, frágil
Esquece
Se aperta quando você passa
Se esconde quando você olha
Se mostra quando você ignora


Meu ventre não cresce
Atrai você
Suporta seu peso
Suporta sua perda
Finge não sentir-se vazio
Meu ventre, sem vida

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cansei!

Cansei de tentar transmutar meus sentimentos
Cansei de fazer tudo parecer leve
Cansei de levar a dor comigo a tantos lugares
Cansei de te seguir!

Cansei de ver você em todos os homens
Cansei de buscar a cura para a infância perdida
Cansei de tentar passar a limpo nosso fracasso

Cansei de ser intelectual
Cansei de não ter visto os filmes que eles viram
Cansei de ser blasé

Cansei de não me sentir bonita
Cansei de não merecer seu melhor olhar
Cansei do seu ciúme quando me notam

Cansei de me diminuir por você
Cansei de soprar as piadas para você contar
Cansei de ser escada

Cansei de procurar você
Cansei de entender você
Cansei de ter compaixão
Cansei da sua indecisão

Cansei de misturar meus defeitos aos seus
Cansei de rever meus erros em cada relação
Cansei de novos namorados e velhos problemas

Cansei de repetir e não aprender
Cansei de viver sua vida
Cansei de cada defeito de cada homem que passou pela minha vida

...e fiquei exausta:
Cansei de reclamar!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cada vez menos

Cada vez sinto menos o coração aos pulos
Cada vez menos as pernas bambeiam
Cada vez menos o ar me falta
Cada vez menos penso em você

Cada vez menos sorrio de manhã
Cada vez menos canto no caminho para o trabalho
Cada vez me olho menos no espelho
Cada vez vejo mais olheiras


Cada vez menos tenho vontade de me levantar
Cada vez menos assisto a meus programas preferidos
Cada vez menos consigo ver seu rosto em minha mente


Cada vez menos vida
Cada vez menos cor
Cada vez menos ar

E cada vez que o vejo
Ainda me sinto sufocar
Cada vez mais longe
Cada vez mais devagar

E já não o vejo
Apenas quando o vejo sinto
o coração aos pulos
o ar a me faltar
e cada vez o vejo menos
e cada vez me vejo menos
até desaparecer completamente
 o mim em você
e o mim em mim

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nexo de Lilu

Lembro quando nossos corpos eram extensões dos desejos
Todos os motivos levavam ao sexo
E eu pensava que nada mais tinha nexo
Côncavo, convexo
A vida era boa assim
E, na verdade, era esse todo o nexo:
Sexo, entre nós, não tinha fim


Até que um dia
Tudo muda
Tudo desbota
E fica, assim, tão desconexo
E nossos corpos mal se tocavam
No tempo, no espaço
E nosso mundo perdeu o nexo:
Não basta amor sem sexo
Já perdemos as asas de querubim
Sexo entre nós não tinha ,
Fim .

                                                                                                                                                
*fotografia: Lu Barcelos
http://negalilu.blogspot.com/

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Caleidoscópio

Sangue do meu sangue
Suingue do meu suingue
Vive em mim ainda
Como um samba inacabado
Em terras de bossa nova e rock’n’roll

Qual o mapa?
Qual a rota?
Como chegar ao seu coração?
Quero perder-me em seus sonhos
Suas páginas em branco
Quero sonhar com você
Suingue do meu suingue
Samba no meu tango

Sombra em minha paz
Medo da conquista
Prazer do mistério
Nota fora do tom
Que sussurra impropérios
 
Um laço de seda na caixa
Relíquia de amor
Um beijo deixado na cama
Amor ao telefone
Embalagem bem bonita
Para um amor que não se espera
Saxofone perdido em um bolero
Danças fora de moda
Amor à moda antiga

Coleciono bobagens
Mosaico de lembranças
De coisas não vividas
Nostalgia do futuro
A tristeza das coisas
Palavras não inventadas
Para sentimentos sem definição
Partida
Doce solidão
Caixa de lembranças
E um pacote de esperanças




quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Fora do tom



Sempre que canto suas músicas fujo do tom
Parece tão desafinado o meu coração:
Bate fora de compasso
Vê que falta um pedaço
Falta amor nessa canção

Meu bem, sua música está fora do tom
Parece tão triste seu violão:
Não tem mais pra quem compor
Nem espera um novo amor
Canta só desilusão

Estou aprendendo a cantar no seu tom
Pra ver se espanto essa solidão
Ter você sempre ao meu lado
Com esse ar de apaixonado
Quero ser seu violão

Sempre que posso eu fujo do tom,
Parece tão livre meu coração
Mas é preso em seu abraço
Já não fujo e nem disfarço
Não resisto à paixão

Amor, sua música saiu do tom
Tenta escutar com o coração
Verá que faltam os sorrisos
Vê se entende o que digo:
Falta “eu” nessa canção...



sábado, 29 de outubro de 2011

Conquista

 Porque eu já sei a verdade
Já sei que o tempo vai passar
Sei que o coração vai se acostumar
A ver você todos os dias
E sei que vamos conhecer a rotina dos olhares
E vamos deixar de enxergar os mistérios que hoje vemos no fundo dos nossos olhos


Os mistérios quase acabam
Os olhares tornam-se menos profundos
Ou a curiosidade sobre o que eles revelam diminui
A alma continua lá
Mas nos enxergaremos cada vez menos

E a rotina vai se instalar
Não haverá mais comemoração a cada telefonema
E a conquista vai se esvaindo

Não, não quero que seja assim
Quero ter fôlego para voltar ao início
Quando perceber que a magia vai se perder
Quero buscar nos seus olhos mais respostas
Quero que você se lembre do meu olhar para você na primeira noite em que saímos
Aquele olhar de quem descobriu um mundo
Aquele olhar que o convidava para o meu mundo
Aquele olhar que o fascinou ao me despir de corpo e alma

Eu já sei a verdade
Eu já sei quem você é
Eu já sei que a conquista não me basta
Eu já sei que quero o seu olhar junto ao meu
E quando o mistério virar ternura
Quero seu sorriso e seus braços
Quero caminhar com você
Na estrada do seu sorriso
Que o seu olhar iluminou

sábado, 22 de outubro de 2011

Na sua ausência


Quando não posso mais me conter
Meu corpo grita seu nome, sufocado em silêncio
E sinto-o me arranhando por dentro
As letras descem como garras, lentamente,
Do peito ao chacra mais básico
E me preencho com o seu vazio
Aafff... Como me dói esse orgasmo!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

a escolha e a despedida

Há uma estrada a minha frente
E eu não sei onde ela leva
Vejo apenas o caminho vazio e uma encruzilhada nos próximos metros

Vejo você de um dos lados
E tento me direcionar a esse caminho
Mas não consigo
Sou arrastada para outro lado

E por mais que tente, não há como mudar a direção
Por mais que ande
Não vou chegar onde você quer

Não, não é uma escolha,
É apenas uma despedida

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Galera Freud e os Superegos alheios


Hoje estão todos cansados: Id destilou sua ironia o dia todo. Ego estava sem muita energia, ponderações durante a madrugada tem seu preço no dia seguinte. Superego nem precisou se manifestar: foi bem representado por um superego externo.
...e o telefone não tocou. Acho que o superego dele trabalha muito mais que o meu...


Essência

Seja você
Não me interesso pelo teatro
Não me interesso pela sombra
Nem por sua forma: gosto do conteúdo

Não se julgue
Não me importa seu passado
Não me importa sua memória
Vou criar apenas um hoje, quem sabe vira amanhã

Não me prenda
Não me cabe dentro de uma vida apenas
Não tente escolher minha música
Deixe que eu escolha meu mantra
E entoe como pede minha alma

Liberte-se, e me liberte também, dos conceitos
Que o prendem ao chão
Abra os braços
E cante com o vento
Um mantra alegre
E vibre

Apenas seja você
Quero ouvir a musica da sua alma
Quero conhecer a sua liberdade
Quero me apaixonar por você
Se eu puder conhecê-lo, a vera
Se você aceitar a comunhão, você e o todo
E só então, comigo
Só assim, consigo

Ing 31/08/11

sábado, 24 de setembro de 2011

Namoro

...eu diria sim.
Apesar de todos os fracassos pregressos
Apesar do medo de perder o que eu nem tenho ainda
Apesar de o azul dos seus olhos ser calmo e eu ser uma tormenta em mar aberto.
Eu olharia para os lados, buscando um ponto de fuga
Eu perderia o fôlego, a voz e gesticularia muito
Tentando explicar que você é um encanto
Mas meus pés não se moveriam para o mesmo lado das minhas palavras
Ainda que eu dissesse apenas sim
Eu tentaria explicar os porquês, tentando não me expor muito
E seria um fracasso completo – você não entenderia nada
Ou melhor, entenderia o contrário do que eu quero
E não ouviria meu sim
Meu sim em meio aos medos
Como uma pequena chama na tempestade
Um sim baixinho, que consome toda a força dos meus pulmões
Talvez em meio a tanto medo
Eu faça uma piada
Ou apenas mostre meus olhos rasos d’água
Talvez você consiga escutar
Ler o que se passa longe das palavras
Se você for esperto, desiste logo

Mas talvez você já tenha escutado o que achou mais importante
E talvez escute apenas o que é doce e bom
Talvez você toque na minha mão na hora certa
E talvez eu simplesmente diga sim
Talvez você nem me pergunte nada

Mas se perguntasse,
...eu diria sim...



Ing 31/01/09

Convite


Bem que podia
Você virar poesia
E entrar para minha história

Bem que podia
Você se render aos meus encantos
Esquecer seu espanto
E entender que o melhor vem agora

Agora que a gente se conhece
Agora que a vontade só cresce
E já não queremos ir embora

As afinidades aumentam
As diferenças acrescentam
O tempo pára, a mente cala
O corpo fala

Um idioma de desejos
Palavras feitas de beijos
Que viram frases pelo corpo
Contando histórias de prazer

Bem que podia
Você me fazer sua rima
E me cantar em verso e prosa

Bem que podia
Você, que me trouxe música,
Compor comigo esse momento
Acolher nosso sentimento
Com a liberdade dos meus versos
E a doçura dos meus lábios
Que cantam quando o tenho perto
Uma canção ainda incompleta
Canção de futuro incerto




Ing 23/07/08

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Galera Freud, a Garota Gestalt e o telefone

Superego não admitia a hipótese. Ego ponderava: “e se houvesse um bom motivo para ligar?!”
“Uma desculpa, né?”, esbravejou Superego.
Enquanto discutiam, educadamente um e deselegantemente o outro, Id enviou uma mensagem. Respondido prontamente alçou o telefone: franco atiradora - sempre assim.
E deixou os dois em nova discussão: mulher madura ou ridícula carente?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Na lata!

Eu sou essa, hoje
Caso queira
Eu sou amarga, hoje
Caso queira

Eu sou dessa cor, dessa raça
E dessa língua
Desse português mal falado
Desse cantar desafinado
Desse sambar desajeitado
Não sou daqui – sou de São Paulo

Caso queira,
Cuido muito
Cobro pouco
Choro escondido
E sei me apresentar com um bom sorriso
Em festas ou pequenas reuniões

Sou forte,
Mas vivo cheia de novas trincas
Prestes a ruir
Sempre a reconstruir

Sou sensível, mas não frágil
Tem que saber me prender – tem que ‘ter pegada’,
Caso queira
Fazer a magia durar

Sou essa, sou assim
E me prometo não mudar
Por você
E me prometo não deixar
Você crescer e se mudar
Para dentro do que ainda resta de mim

Ing
16/06/11

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sem Par

E eu me pergunto que tipo de dança é essa nossa
Em que você se afasta quando me entrego?
E eu só me entrego quando você se afasta
Na sua disponibilidade, me assusto
Na sua procura, me nego
Na sua volta, me recuso
No seu protesto, o invalido

Que dança é essa,
Em que você executa passos, movimentos, posições
Tão destacado de mim?
Que dança é essa em que nos seus braços
Rodopio sozinha
Numa música que só eu escuto?

Que dança estranha e antiestética
De um beijo que não se completa
De carícias que ficam vazias
Quando passam dos limites do abraço

Que dança?
Quem dança?
Quem dança com quem?
Acho que essa música é de dançar separado.

Ing 07/09/11

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Galera Freud & Friends


SuperEgo deu para escrever. Disseca as últimas vivências, classifica... tão intelectual.
Id quer postar, criar um novo blog.


Superego resmunga, questiona a validade teórica.
Ingrid se lembra que é Gestalt, mas não dá ibope com o Jovem Freud. Todos se decepcionam.
Toma um remédio e vai dormir. Id, SuperEgo e Superego viram as costas.
Às vezes nem brigar vale a pena. Cala a boca, Superego, você não venceu (e pode parar com os atos falhos, o Ego está presente, sim!). Daqui a pouco o remédio faz efeito e o Id assume. E amanhã, exausto, o Ego vai trabalhar de novo...


Super cego

Meu superego é mais cruel que os outros
Meu superego me distorce
Arrasa minhas parcas conquistas

Meu superego me desapropria
Deixa minhas idéias para terceiros
E eu fico para silêncio e solidão

Meu superego é sacana
Me arranca a pele, me força
Me dói todo o corpo

Ele não me vê
Não percebe minhas qualidades
Embola tudo naquilo que renego
Não me vê:
O ‘supercego’

Ing
16/06/11

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Do corpo e do ser

Venha tomar posse de mim
Passe a mão nos meus cabelos, nas minhas coxas
Arrebate um beijo
Entranhe-se pelo meu corpo
Espalhe seu cheiro sob minha pele
Tome posse da mulher e da fêmea
Deite-se sobre mim
Deite seus segredos em meu peito
E tome meu seio como alento
Abra sua alma em seus olhos doces
E me pegue pela mão
E me conduza por seus medos
E me cuide com sua coragem
E me convença com seu bom coração
Tome posse de mim
De meu corpo e minha alma
Nos gestos simples
E nos arroubos de desejo
Faca o mundo sumir
Na segurança do seu abraço
Porque meu mundo agora é entre seus braços
E sob seu corpo
E o fôlego
Entre sua respiração




Ing 07/08/11

Proporções


A noite é curta.
A vida é longa.
Os sentimentos são curtos também.
O desejo é efêmero.
As lembranças são maiores do que deviam.
O amor não tem medida
E o sofrimento é grande demais para ser medido.
A mágoa é eterna
E o perdão é pouco
E a noite é muito curta
Para descansar de tanta vida

Ing 15/08/11

*Nautilus e outras conchas se abrem em espirais logarítmicas caracterizadas pelas Proporções Áureas

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Soneto Atemporal

Não temo o tempo futuro
Mais do que temo o presente em vão
Torna-se, esse, em futuro vazio
Feito de presente, passado em solidão

Não temo o amor
Não mais do que temo a solidão
Que espreita, aguarda que o amor acabe
Cruel, é filha pródiga da paixão

E, se temo a paixão
Temo ainda mais a covardia
E desisto de tê-lo em meus braços

Desafio a solidão e guardo a nossa cama: vazia
Presente de paixão, passado em teus braços
Futuro de  melancolia


Ingrid
03/08/05

domingo, 28 de agosto de 2011

Processo Criativo


Id escreve poesias.
Superego aponta os defeitos.
Ego se divide entre corrigir e guardar TODOS os rascunhos...

Estatística

Chegou, onde eu não via espaço

Trouxe cor, mas logo esmaeceu,

Foi embora, deixou vazio

Hora errada: esse desfecho conheço

Virou estatística
                                     
        Ing  22/05/11

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

No Escuro


Tateando no escuro encontrei seus braços
Passeando por seus sussurros me aproximo... e me afasto
Tateando no escuro
Chega você para me guiar
Toma minha a alma
Quando ainda nem vi seus olhos


Fugindo do escuro caio em seu abraço
Desacredito
Afasto

Vontade de saber seu corpo
Grito seu nome
Não me ouves
Afasto

Vontade de aceitar sua vida
E simplesmente amanhecer ao seu lado

Quero deixar-me levar
Por suas palavras, atos e sussuros
Mas primeiro... seus olhos
Como confiar em quem também está no escuro?



Ing 28/08/07

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Galera Freud: O Início!

 Posso entender que a vida é um eterno esforço do Ego em não se deixar espremer pela insana briga entre Id e Superego. 
Posso explicar que meu Id me deixou sarcástica nos últimos dias, que meu Superego falou horrores sobre a injustiça de Deus, do amor e da vida. Enquanto o coitado do Ego estudou, trabalhou e corrigiu provas.
Sozinho o Ego foi atender pacientes no hospital. Sobrecarregado, mas pensou que se livrara do fardo Id / Superego. Acreditou-se insano ao constatar que os cães se dividem e-xa-ta-men-te em Id e Superego: os Id estragam a mobília nova, os sapatos caros e o dia dos donos. Os Superego se escondem após o momento Id, lambem as patas ate mudarem de cor. Beagles são apenas Id, poodles apenas Superego.
E o pit bull que me avançou 3 vezes - mesmo sedado?
Id com mau humor de Superego? Superego com o Id libertado? 
Na dúvida, lembrou do ex-namorado, para quem Superego era narcisismo, Id comunicação básica e o Ego escravo: continuava fugindo dos ataques enquanto tentava estabelecer o diagnóstico de um prognóstico ruim para um caso sem tratamento!
Esse Ego é mesmo tão sem graça...

Definitivo

Por favor aproveite a partida
Não repita a despedida
Não more mais em mim

Esqueça o caminho e a chave da casa
Esqueça os gostos e os cantos da alma
Esqueça o nome, telefone e todos os versos

E não reconheça mais a minha voz
E não sorria aos meus soluços
E não cante mais comigo aquela canção de amor

Não leia meus versos
Não regue minhas plantas
Não deixe nada mais viver

Eu não suportaria reviver as tardes
Recomeçar as conversas
Recriar os laços

Não deixe criar raízes novas
Não volte a ceifar meus sonhos
Não tente me convencer

Não o quero em minha cama
Ou em minhas lembranças
Não o quero em meu peito
A me sufocar

Simplesmente, vá
E não ameace
Não tente, não ouse
Me despertar outra vez.

Ing
16/06/11

Aos Poucos...

Há algo que me aquece
Em seu beijo
Aquece por dentro, estremece
Um pouquinho




Sinto que esse calor derrete
Um pedacinho do meu coração
Que já vinha tão frio
Sofrido, desacreditando de gostar

Há algo que ilumina
Um cantinho escondido
Onde talvez ainda haja algum sonho
Sobrevivente, latente

Há algo de saudade
Quando vamos embora
Um do outro
Há algo que teme, que treme
Quando pensa na despedida
Definitiva

Há algo que esquece
Que não era mais para tentar
Que não devia mais descansar
No abraço de ninguém

Há algo que anseia
Por uma noite mais longa
Por dormir em seu abraço
Por acordar para você

Há algo confuso
Há muito que não digo
Apenas mostro
Bem devagar

Há algo de bom
Há algo de quente
Que não quero perder

Há uma aposta
E uma tentativa
Há entrega
Há resistência

Há um sentimento
Que cresce
E um medo
Que entremeia

Há um casal
Que se descobre
Que se protege
E se revela


Ing 28/07/11 

domingo, 21 de agosto de 2011

Por um instante

Seja feliz!
É o que hoje digo ao meu passado
É o que hoje ensino ao meu futuro

Deixe seguir
Deixe fluir
É o que digo às amarras

Apague as mágoas
Aprenda novos amores
É o que digo ao meu coração
(mas ele é teimoso)

Respire o novo
Encha os pulmões de liberdade
E o corpo de frescor
E idéias novas
E um amor novo, em algum momento

Transborde o gozo
Reverbere o tremor
Feche os olhos do corpo
E abra os olhos da alma

Abrace
O próximo, o distante, o mundo
E se enrole
No corpo quente
Que atrai

Viva
Esqueça
Recomece
Flutue
Ao menos por um instante

Ing 28/07/11