Elaborando...

...Elaborando:

Meus escritos são como imagens de um caleidoscópio: pequenos fragmentos repetidos, ampliados e combinados para formar uma imagem, fechar uma gestalt.
Todos viram personagens, posso usar qualquer vivência, minha ou de outras pessoas, tudo o que me toca e pede algum sentido. Onde havia canutilhos e miçangas podemos ver flores, mandalas, imagens de abstrações variáveis.
Você pode estar refletido em algum, ou vários, momentos. Mas não se ache tanto nem tão pouco: não há lugares fixos, e você pode ser apenas dois canutilhos e uma miçanga, não a figura completa.
E por quê? Porque fechar gestalts é uma função básica do cérebro, porque escrever é um meio de elaborar vivências e transformá-las em algo que se pode ver sob várias perspectivas. Porque é meu modo de crescer, porque preciso ver algum sentido na vida. Ou simplesmente porque é possível passar horas apenas rodando um velho caleidoscópio.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Caleidoscópio

Sangue do meu sangue
Suingue do meu suingue
Vive em mim ainda
Como um samba inacabado
Em terras de bossa nova e rock’n’roll

Qual o mapa?
Qual a rota?
Como chegar ao seu coração?
Quero perder-me em seus sonhos
Suas páginas em branco
Quero sonhar com você
Suingue do meu suingue
Samba no meu tango

Sombra em minha paz
Medo da conquista
Prazer do mistério
Nota fora do tom
Que sussurra impropérios
 
Um laço de seda na caixa
Relíquia de amor
Um beijo deixado na cama
Amor ao telefone
Embalagem bem bonita
Para um amor que não se espera
Saxofone perdido em um bolero
Danças fora de moda
Amor à moda antiga

Coleciono bobagens
Mosaico de lembranças
De coisas não vividas
Nostalgia do futuro
A tristeza das coisas
Palavras não inventadas
Para sentimentos sem definição
Partida
Doce solidão
Caixa de lembranças
E um pacote de esperanças




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