Elaborando...

...Elaborando:

Meus escritos são como imagens de um caleidoscópio: pequenos fragmentos repetidos, ampliados e combinados para formar uma imagem, fechar uma gestalt.
Todos viram personagens, posso usar qualquer vivência, minha ou de outras pessoas, tudo o que me toca e pede algum sentido. Onde havia canutilhos e miçangas podemos ver flores, mandalas, imagens de abstrações variáveis.
Você pode estar refletido em algum, ou vários, momentos. Mas não se ache tanto nem tão pouco: não há lugares fixos, e você pode ser apenas dois canutilhos e uma miçanga, não a figura completa.
E por quê? Porque fechar gestalts é uma função básica do cérebro, porque escrever é um meio de elaborar vivências e transformá-las em algo que se pode ver sob várias perspectivas. Porque é meu modo de crescer, porque preciso ver algum sentido na vida. Ou simplesmente porque é possível passar horas apenas rodando um velho caleidoscópio.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Soneto Atemporal

Não temo o tempo futuro
Mais do que temo o presente em vão
Torna-se, esse, em futuro vazio
Feito de presente, passado em solidão

Não temo o amor
Não mais do que temo a solidão
Que espreita, aguarda que o amor acabe
Cruel, é filha pródiga da paixão

E, se temo a paixão
Temo ainda mais a covardia
E desisto de tê-lo em meus braços

Desafio a solidão e guardo a nossa cama: vazia
Presente de paixão, passado em teus braços
Futuro de  melancolia


Ingrid
03/08/05

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