Elaborando...

...Elaborando:

Meus escritos são como imagens de um caleidoscópio: pequenos fragmentos repetidos, ampliados e combinados para formar uma imagem, fechar uma gestalt.
Todos viram personagens, posso usar qualquer vivência, minha ou de outras pessoas, tudo o que me toca e pede algum sentido. Onde havia canutilhos e miçangas podemos ver flores, mandalas, imagens de abstrações variáveis.
Você pode estar refletido em algum, ou vários, momentos. Mas não se ache tanto nem tão pouco: não há lugares fixos, e você pode ser apenas dois canutilhos e uma miçanga, não a figura completa.
E por quê? Porque fechar gestalts é uma função básica do cérebro, porque escrever é um meio de elaborar vivências e transformá-las em algo que se pode ver sob várias perspectivas. Porque é meu modo de crescer, porque preciso ver algum sentido na vida. Ou simplesmente porque é possível passar horas apenas rodando um velho caleidoscópio.

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domingo, 22 de julho de 2012

Ombros



Pois o que é um homem
Senão a distância entre seus ombros
Que lhe permitem abraços e afagos
Que lhe superam os braços?
De que é feito um homem senão das verdades sorvidas num beijo
Senão de seu corpo sobre o meu, em desejo
Senão de seu coração pulsando dentro de mim
Braços que enlaçam minha cintura
Peso sobre mim nas noites frias
Abraço no final da noite vazia
Sei que é um homem pelo acolher dos sussuros
E pelos olhos, nos quais estamos desnudos
Pelo cheiro da carne
Pelo instinto
Sei que é um homem pelos ombros
Largos, que me acolhem, infinito

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